Escolas
participantes do programa Mais Educação, com todos os estudantes
matriculados no regime de tempo integral, apresentaram evolução
significativa de desempenho na Prova Brasil. A constatação é de estudo
da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação. O Mais
Educação (PME) atende instituições de ensino com baixos indicadores de
qualidade educacional localizadas em zonas de vulnerabilidade social.
Contabilizadas todas as escolas que participam do programa, o
desenvolvimento também foi melhor do que a média nacional.
No
estudo, a SEB selecionou as médias de três grupos de escolas — as do PME
em que todos os alunos estudam em tempo integral; todas as escolas
vinculadas ao PME; escolas públicas do Brasil. A partir daí, foi feita a
comparação da evolução do rendimento, por grupo, nas áreas de língua
portuguesa e matemática nas edições da Prova Brasil de 2007, 2009 e
2011.
As médias em português dos estudantes do quinto ano das
escolas do PME com 100% das matrículas em tempo integral passaram de
164,19 em 2007 para 182,81 em 2011. Em matemática, de 180,71 para 201,87
no mesmo período. Nesse mesmo espaço de tempo, os estudantes do nono
ano passaram de 227,31 para 238,62 em português e de 236,03 para 244,13
em matemática.
Em língua portuguesa, a diferença entre a média
nas escolas do PME 100% integral e de todas as escolas públicas do
Brasil, para estudantes do quinto ano, diminuiu de 7,21 pontos em 2007
para 2,68 em 2012, o que significa evolução. As médias em matemática dos
estudantes do nono ano do ensino básico de escolas do PME 100%
integral, que eram 4,53 pontos inferiores à média nacional em 2007, em
2011 foram 1,1 ponto superiores.
Diálogo — De
acordo com a diretoria de currículos e educação integral da SEB,
Jaqueline Moll, o programa Mais Educação é uma ação indutora que promove
a ampliação efetiva da jornada escolar. “Nós nos habituamos a uma
escola de quatro horas; o caminho que buscamos com o Mais Educação é
aumentar o número de horas na escola, com um diálogo entre os conteúdos
tradicionais e instrumentos e temas contemporâneos”, afirmou.
O
Mais Educação
foi criado em 2007 para atender, inicialmente, 1.380 escolas que
apresentavam os piores resultados no índice de desenvolvimento da
educação básica (Ideb) e eram consideradas em situação de
vulnerabilidade. De acordo com a proposta do programa, no turno oposto
ao das aulas, os alunos têm acompanhamento pedagógico obrigatório.
Contam ainda, com café da manhã, almoço e lanche. Os professores ajudam
nas tarefas, tiram dúvidas e dão aulas de reforço, principalmente de
português e matemática.
Este ano, o programa chegou a 32 mil
escolas. Para os próximos anos, a perspectiva é de ampliação. “A meta é
atender 60 mil escolas em 2014”, disse Jaqueline Moll. O orçamento é de
R$ 1,5 bilhão, oriundos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e
do Plano Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Com o
desenvolvimento do PME, o número de escolas com 100% das matrículas em
tempo integral aumentou 178,9% — de 161 unidades em 2010 para 449 em
2011. O total de estudantes atendidos nessas escolas passou de 59.274
para 132.706 no mesmo período, o que significa aumento de 123,9%. “O
programa permite que as escolas criem um ambiente favorável à
permanência e ao aprendizado dos estudantes”, destacou Jaqueline.
Apenas
os estados do Acre, Amapá e Sergipe não contam ainda com escolas com
100% de alunos matriculados no regime de tempo integral.